Seis Mitos da Governança Corporativa

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O CEB (Corporate Executive Board) divulgou recentemente um artigo bastante interessante sobre os Seis Mitos da Governança Corporativa. Segundo o artigo, a Governança Corporativa deve ser revisada constantemente. As recessões em alguns países têm impulsionado um aumento no comportamento fraudulento, aumentando os desafios dos executivos em melhorar a detecção e táticas de mitigação. Os seis mitos resumem as soluções mais comentadas pelos gestores.

Mito 1: Você não pode esperar um retorno sobre os investimentos em Governança Corporativa

Realidade: Embora muitas empresas vejam os investimentos em Governança Corporativa como despesas obrigatórias, poucas percebem que podem obter retornos significativos, direto ou indiretamente.
Fato: Na Ásia e na América Latina os investidores pagam um ágio médio de 22% para as empresas com boa Governança Corporativa. Além disso, empresas com boa Governança Corporativa recebem melhores avaliações de crédito e taxas de juros.
O que fazer: Não visualize os investimentos em Governança Corporativa como um mal necessário, mas sim como uma oportunidade de mitigar os riscos, melhorar a imagem da empresa e gerar retornos positivos para a organização.

Mito 2: Liderança ética se traduz em boas práticas de Governança

Realidade: Embora seja importante que a administração mantenha os mais altos padrões éticos, é preciso perceber que a maioria das fraudes de menor escala ocorrem entre os colaboradores da área operacional. Isso pode afetar o fluxo de caixa podendo ter consequências devastadoras para o mercado e órgãos regulamentadores.
Fato: Despesas relacionadas com fraudes e outros conflitos de interesse por parte dos trabalhos de nível operacional são menos propensas de serem divulgados, embora 83% dos colaboradores duvidarem da ética profissional de seus colegas. São estimados que 60% a 80% das más condutas financeira não são identificadas.
O que fazer: Implementar controles a nível de entidade (ELC - Entity Level Controls) e controles internos para estabelecer níveis de padrões éticos para a área operacional. Isso envolve conscientização ética rigorosa em todos os níveis organizacionais, capacitando principalmente os gerentes de nível intermediário para atuar como defensores da ética em suas equipes.

Mito 3: Treinamento e divulgação sobre a conduta ética da empresa cria uma boa cultura de governança.

Realidade: A maioria das empresas não consegue estabelecer uma cultura de ética nas organizações.
Fato: Quase 90% das empresas medem o sucesso da conduta ética dos colaboradores através dos treinamentos. Porém, isso não comprova se os colaboradores estão agindo no dia-a-dia conforme a conduta ética
O que fazer: Medir o sucesso da conduta ética por meio de mudanças comportamentais. Os treinamentos sobre a conduta ética devem ser personalizados para cada nível/área organizacional, aplicando cenários reais ao dia-a-dia do colaborador.

Mito 4: Conformidade com órgãos reguladores garante uma boa governança

Realidade: As empresas não podem achar que estar em compliance ou em conformidade com os órgãos reguladores é garantia que existe uma boa governança.
Fato: Muitas fraudes são cometidas por colaboradores de empresas que cumprem todos os regulamentos necessários.
O que fazer: Não espere que as leis e regulamentações se tornem mais rigorosas para que sua organização tenha uma melhor governança corporativa. Esteja sempre em conformidade com as melhores práticas e padrões, dessa forma sua organização estará à frente das mudanças.

Mito 5: Comitê de Auditoria é o meio mais importante para fortalecer a governança corporativa

Realidade: O Comitê de Auditoria normalmente assume a culpa pelas falhas de governança apesar de o board não definir o escopo do Comitê de Auditoria e apoiar com os processos corretos.
Fato: As responsabilidades dos comitês de auditoria são raramente definidas e normalmente o comitê se torna o responsável pela gestão dos riscos para o board. Isso impede a fiscalização sobre a governança e aumenta o risco de fraude.
O que fazer: Formalizar a responsabilidade do Comitê de Auditoria, os papéis dos membros, o calendário e resultados das reuniões, tornando os mesmos públicos para a confiança do mercado.

Mito 6: Um forte sistema de Gestão de Fraude é a forma mais importante de registro de má conduta

Realidade: Criação de controles e sistemas de detecção de fraudes, embora importantes, não são suficientes para reduzir a má conduta. Para construir um sistema eficaz de governança, as empresas devem criar uma cultura de ‘speaking-up’ em que os empregados denunciam as más condutas sem medo de retaliação.
Fato: De acordo com o relatório de 2010 da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners), as denúncias realizadas pelos funcionários foram fundamentais para o esclarecimento de 47% dos casos de fraudes, que é mais do que todas as outras ferramentas de gestão de fraudes (16% auditoria interna; 4% análise de documentos; 1,5% controles de TI).
O que fazer: fortalecer o compromisso de integridade, demonstração de justiça organizacional e aumentar a cultura de utilizar o canal de denúncia.


Saiba mais sobre Governança Corporativa enviando um e-mail para grcnews.org@gmail.com



Postado por Felipe Sanches